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Capítulo 13 – Sistema excretor

 

Osmorregulação

Excreção

Excreção nos invertebrados

Excreção do vertebrados

Outros mecanismos de Osmorregulação

 

   

     As formas simples de vida são organismos aquáticos e realizam as suas trocas gasosas directamente com o meio. Os seres mais complexos possuem o seu próprio “mar interno”, ou seja, o conjunto de fluidos e sangue. A manutenção desses fluidos dentro de certos parâmetros designa-se homeostasia que é conseguida graças à coordenação de Osmorregulação e Excreção.

 

Osmorregulação

 

     É o conjunto de mecanismos pelos quais são controladas as concentrações de sais e de água e, portanto, os valores da pressão osmótica dos fluidos corporais.

 

Excreção

 

     É a função através da qual os organismos se libertam dos produtos resultantes do metabolismo, sobretudo os produtos azotados, muitos dos quais tóxicos.

 

     Os principais resíduos do metabolismo das células são: água, dióxido de carbono e substâncias azotadas: amónia, ácido úrico e ureia.

 

     O dióxido de carbono e alguma água são excretadas pelas superfícies respiratórias. O sistema excretor gere as quantidades de água e outras substâncias ao mesmo tempo que eliminam os produtos azotados.

 

     Resultado do metabolismo dos aminoácidos forma-se principalmente amoníaco:

         NH3   +   H2O                NH+4    +    OH-          Forma-se a amónia solúvel em água. Por isso a água do aquário deve ser mudada com regularidade pois fica rapidamente imprópria, a não ser que nesse aquário se utilizem plantas que usam esse elemento como fonte de azoto. Os seres mais simples eliminam as suas excreções por difusão.

 

     O sistema excretor contribui para excretar resíduos metabólicos e regula a concentração da maioria dos componentes dos fluidos corporais. Em qualquer sistema excretor existem três processos fundamentais: filtração, reabsorção e secreção.

 

     Os animais terrestres devem consumir água, não podendo eliminar continuamente a amónia, mas, por outro lado, devido á elevada toxicidade deste produto, não a podem acumular. Por isso: répteis, aves e insectos transformam a amónia em ácido úrico, composto menos tóxico, no fígado e menos solúvel.

 

     Nos mamíferos e alguns anfíbios a partir da amónia e no fígado, produz-se ureia que mais tarde é renovada pelos rins e entra na constituição da urina.

 

Excreção nos invertebrados

 

     Os sistemas excretores são tubulares e funcionam quer na osmorregulação, quer na excreção de produtos de metabolismo.

 

          - Nefrídios e Tubos de Malpighi – os nefrídios são tubos simples, ou ramificados, que na maioria das vezes abrem para o exterior através dos poros.

     Apesar da planária poder lançar para o exterior muitos resíduos metabólicos possue ainda um conjunto de células-flama, uma das primeiras formas primitivas de tubos do género. Os platelmintes e a planária possuem um nefrídio mais primitivo, os protonefrídios que se distribuem por todo o corpo associados a uma rede de canais com comunicação com o exterior. Estes protonefrídios são túbulos alongados e fechados pelas células-flama (composto por um conjunto de cílios com um batimento idêntico ao de uma chama).

     Nos anelídeos com sistema circulatório fechado, os vasos sanguíneos estão muito associados com o sistema excretor. Aqui existem os metanefrídios, constituídos por um túbulo aberto nas duas extremidades e enrolado em serpentina. Cada segmento no corpo da minhoca possui um par de metanefrídios.

     Nos insectos e artrópodes terrestres existem estruturas, os tubos de malpighi cujas extremidades livres estão fechadas e mergulhadas na cavidade banhada de sangue.

 

 

Estrutura de um nefrónio presente no rim

 

Excreção nos vertebrados

 

     Estes sistemas são mais eficientes que os anteriores devido à redução da permeabilidade da superfície do corpo e ao desenvolvimento dos rins.

 

          - Nefrónios – a unidade básica dos rins são os nefrónios, uma estrutura tubular com origem na mesoderme que se foi associando cada vez mais aos vasos sanguíneos. Peixes adultos – mesónefro; répteis, aves e mamíferos – metânefros.

     O nefrónio é constituído por um tubo que se assemelha a um modelo específico de irrigação sanguínea. A cada nefrónio chega uma arteríola aferente que subdivide dando origem aos capilares do glomérulo de malpighi. Estes capilares convém depois numa arteríola de menor diâmetro, arteríola eferente que volta a capitalizar-se para constituir a 2ª parte da rede de capilares que envolve o túbulo. Como a segunda arteríola eferente é mais fina, a pressão é inferior o que permite haver a reabsorção e excreção.

     Cada rim possui cerca de um milhão de nefrónios no homem o que perfaz um sistema de tubos com cerca de 80 km.

     O nefrónio inicia-se por um filtro – corpúsculo renal, uma “taça” de parede dupla constituída pela parede da cápsula de bowman que envolve um novelo de capilares o glomérulo de malpighi. A parede dos capilares funciona como um filtro permeável à água e a pequenas moléculas, mas impermeável às macromoléculas e células sanguíneas. Como resultado desta filtração dá-se origem ao filtrado glomerular que é uma mistura de água, sais minerais, produtos azotados, glicose, aminoácidos, vitaminas e outros compostos presentes no plasma. Ao longo do tubo existem inúmeros capilares que permitem o reaproveitamento de 70% do filtrado glomerular.

     O nefrónio é então um sistema versátil pois controla a quantidade de água que se perde (fluidos corporais) e portanto assegura a homeostasia do meio interno.

 

Outros mecanismos de Osmorregulação

 

Ambiente de água doce

 

     Nos animais que vivem neste meio como os fluidos corporais são mais concentrados que o meio externo, faz com que a água entre para o interior do corpo por osmose, impedindo numa pequena parte por muco e escamas.

     Estes animais não bebem água pois os seus glomérulos são muito desenvolvidos e mantém a concentração dos seus fluidos corporais, eliminando grandes quantidades de urina diluída, hipotónica em relação a esses fluidos. Este mecanismo acarreta a eliminação de sais que para isso existem nas guelras células especializadas no transporte activo dos sais para os fluidos corporais.

 

Ambientes marinhos

 

     Os peixes ósseos tem tendência a perder água por osmose, que para compensar ingerem grandes quantidades de água e excretam sal activamente por células especializadas existentes nas guelras. Os glomérulos são ausentes ou muito pequenos e eliminam pouca urina. As aves marinhas e alguns répteis ingerem água salgada com os alimentos. Para excretar o sal possuem glândulas de sal.

 

Ambientes terrestres

 

     Nos mamíferos, como na maioria dos vertebrados terrestres os rins, a pele, o seu revestimento, os pulmões e o sistema digestivo desempenham também um papel na excreção.

 

 


          Entrada de nutrientes                           Entrada de oxigénio

                                                                                                 Eliminação de Dióxido de carbono

 


        Sistema digestivo               Sistema respiratório

                                          O2          CO2

                            Sistema circulatório                                                 

                                            

                                                 Sistema excretor

  Eliminação de resíduos      Transporte das células                                              Eliminação de excesso

       alimentares                        para as células                                              de água, sais  e excreções

 

 

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