Capítulo 12 – Respiração
Brânquias
Traqueias
Pulmões
Do metabolismo celular resulta um
conjunto de produtos tóxicos que tem de ser eliminados para que a
constituição do meio interno se mantenha dentro dos limites da vida. São a
função respiratória e a função excretora as principais através da qual se
processa a eliminação desses produtos.
A hematose
pulmonar consiste na troca de gases nos pulmões, para que estes sejam
transportados pelo sangue até as células e suceda a respiração celular, ou seja, a troca de gases entre as células e
o sangue.
A vida aeróbia que se desenvolveu há milhões de anos atrás, caracteriza
hoje a maioria dos seres vivos que passou a necessitar de um fluxo constante
de oxigénio para as células e da remoção eficiente do CO2 que se
forma como resíduo do metabolismo.
Um sistema
respiratório é um grupo de células, tecidos e órgãos envolvidos no
intercâmbio de gases entre o organismo e a ambiente. As trocas gasosas
realizam-se pelos processos de difusão
de substâncias. As estruturas onde os gases entram e saem dos organismos
chamam-se superfícies respiratórias.
Nestas superfícies, as trocas gasosas podem ocorrer directamente do meio
externo para as células – Difusão
directa ou então os gases respiratórios podem ser transportados por um
fluido circundante que faz a ligação entre o meio externo e as células – Difusão indirecta.
Todas as superfícies respiratórias tem as seguintes características:
. apresentam-se sempre húmidas, o
que permite uma difusão mais fácil dos gases.
. são estruturas
finas, na maioria dos casos com apenas uma camada de células que separa o
meio interno do meio externo (epitélios
respiratórios).
. apresentam elevada
vascularização.
. a sua forma permite aumentar a
área de contacto entre os dois meios.
Estas superfícies respiratórias surgiram
nos diversos grupos animais que variam consoante: o tamanho do organismo, a
estrutura do corpo, a sua história evolutiva e a natureza do ambiente em que
vivem.
Nos organismos unicelulares, as trocas gasosas realizam-se por difusão directa.
Em muitos organismos aquáticos e
alguns terrestres, o tegumento
funciona como superfície respiratória. Nos animais de maior dimensão, as superfícies do corpo torna-se
insuficiente para realizar eficazmente as trocas gasosas, surgindo então
regiões localizadas, devidamente especializadas para a troca de gases com o
ambiente. Na maioria dos animais
aquáticos, as superfícies respiratórias são expansões da superfície do
corpo chamadas brânquias ou guelras que se mantém em contacto com a água. Nos
animais terrestres estas expansões
da superfície do corpo, uma vez expostas ao ar, não poderiam manter-se
húmidas. A evolução dos organismos favorecem os que apresentam invaginações
para o exterior do corpo que comunicam com a atmosfera através de finos
canais reduzindo assim a evaporação. Os pulmões
dos vertebrados e a traqueia dos
insectos representam duas variações deste modelo.
A realização das trocas gasosas num
ambiente terrestre trás dificuldades. O oxigénio e o dióxido de carbono são
gases solúveis em água, por isso nos animais aquáticos estes podem-se
difundir facilmente de um meio paa o outro. Nos animais terrestres tem de
existir uma superfície húmida para que estes gases se dissolvam. A presença
de glândulas produtoras de muco também torna eficiente o tegumento de certos
animais (como a minhoca) pois mantém a pele húmida.
Os anfíbios
e alguns peixes possuem também hematose
cutânea, em caso de emergência ou como suplemento da hematose pulmonar e
branquial.
Brânquias
São órgãos do sistema respiratório dos
animais aquáticos – guelras. Estas estão protegidas por estruturas
apropriadas. No caso dos peixes ósseos existem os opérculos. Nestes peixes,
as guelras são ventiladas continuamente por uma corrente de água que entra na
boca, passa para a faringe, banha as guelras e sai através das fendas
operculares. O movimento dos opérculos ajudam a bombear a água através da
boca. Nas guelras distinguem-se os arcos branquiais, estruturas esqueléticas
que suportam séries duplas de filamentos que se inserem obliquamente. Esta
divisão das brânquias em filamentos aumenta extraordinariamente a superfície
de difusão.
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